Negar fogo é Humano. Antes de pensar em atirar-se pela janela, examine a situação. Certifique-se de que não existe uma causa psicossomática para o seu fracasso, como a política económica do governo ou o facto de a sua mulher ou namorada ter aderido ao halterofilismo. Pode não ser culpa sua, ou do seu tecido eréctil. Lembre-se de que existem várias situações em que negar fogo não é só aceitável como até recomendável. Eis algumas: Vocês namoram há pouco tempo. É a 1ª vez que vão para a cama. Você acaba de tirar a calcinha dela. Descobre que ela tem "Wando" tatuado numa nádega. Ela convidou-o para o seu apartamento e recebe-o completamente nua mas com um quepe da Gestapo na cabeça e uma coqueteleira de metal numa mão. Depois você descobre que não é uma coqueteleira, é um triturador portátil. Você introduziu a sua mão sob a blusa dela e sente o mamilo quente crescer contra a sua palma. Ela beija-lhe o pescoço, depois lambe atrás da sua orelha, finalmente enconta os lábios húmidos na sua orelha e diz: - Gostas do Paulo Coelho? A porta do quarto abre-se e uma senhora gorda de chambre entra arrastando os chinelos e diz: - Não parem, não parem, eu só vim pegar uma lixa no banheiro. Quando chega o orgasmo, ela começa a bater nos seus rins com os calcanhares e a gritar os nomes dos faraós do Antigo-Egipto. Vocês decidiram transar num lugar diferente: na praia, sob as estrelas. Tiraram toda a roupa, correram pela beira do mar de mãos dadas sentindo a brisa salgada no corpo todo. Agora rolam gargalhadas pela areia até caírem numa trincheira de soldados camuflados e serem informados de que estão no meio de uma manobra militar, e é para não fazerem barulho senão vão denunciar a sua posição ao inimigo, que observa tudo o que se passa na praia com binóculos infravermelhos.
Luís fernando veríssimo.
Um blog onde você pode encontrar grandes obras de autores renomados como, luís fernando veríssimo, millôr fernandes, otto lara resende,clarice lispector, mário prata, entre muitos outros. Procurarei, por um tempo, mostrar mais contos[já que eu sou fanática por crônicas, principalmente as do LF Veríssimo (*--*)]principalmente os contos e autores mais cobrados nos vestibulares. bem, aproveitem, indiquem outras estórias que não tenham sido postas, mandem as suas e comentem ! beijoos Alessandra.
sábado, 28 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Flagrante na Praia
Ela (jovem, linda, sozinha) acabou de passar óleo para bronzear nos braços, depois de passar nas pernas, no colo e no rosto. Olhou em volta. A poucos metros dela, sentado na areia, um homem lia um jornal. Ninguém mais por perto. Ela examinou o homem com cuidado. Tinha aliança? Tinha. Casado. Seus trinta, trinta e cinco anos. Não era feio, apesar do nariz um pouco comprido.
Ela falou: - Por que você estava me olhando?
Ele virou-se para ela, surpreso. - Falou comigo?
- Por que você estava me olhando?
- Perdão, eu não estava olhando para você.
- Por que não? Ele riu, sem saber o que dizer.
Ela continuou: -O que você está querendo?
-Eu? Nada?
- Tem certeza?
-Eu posso lhe assegurar que...
-Nada mesmo?
-Nada. Juro.
-Você não estava imaginando que o destino deve ter nos colocado aqui, lado a lado na mesma praia, com alguma intenção? Você nem sonhou em me dirigir a palavra? Em me convidar para um programa? Em começar um caso?
-Não. Juro que não.
-Você me acha repelente?
-Não! O que é isso. É que..
Lá vem confidência, pensou ela. Ele vai me dizer que é homossexual. Ou impotente. Ou, meu deus, que a mulher dele morreu ontem! Mas ele apenas disse.
-Olhe, a última coisa que eu quero no momento é um envolvimento emocional, entende? Não me leve a mal. Você é uma garota muito atraente, mas eu simplesmente não estou a fim.
Perfeito, pensou ela. Só mais uma pergunta.
- A sua mulher está por perto?
- A minha mulher? Não.
Perfeito.
Ela levantou-se, caminhou até onde ele estava, sentou-se ao seu lado e pediu:
-Me passa óleo nas costas?
Ela falou: - Por que você estava me olhando?
Ele virou-se para ela, surpreso. - Falou comigo?
- Por que você estava me olhando?
- Perdão, eu não estava olhando para você.
- Por que não? Ele riu, sem saber o que dizer.
Ela continuou: -O que você está querendo?
-Eu? Nada?
- Tem certeza?
-Eu posso lhe assegurar que...
-Nada mesmo?
-Nada. Juro.
-Você não estava imaginando que o destino deve ter nos colocado aqui, lado a lado na mesma praia, com alguma intenção? Você nem sonhou em me dirigir a palavra? Em me convidar para um programa? Em começar um caso?
-Não. Juro que não.
-Você me acha repelente?
-Não! O que é isso. É que..
Lá vem confidência, pensou ela. Ele vai me dizer que é homossexual. Ou impotente. Ou, meu deus, que a mulher dele morreu ontem! Mas ele apenas disse.
-Olhe, a última coisa que eu quero no momento é um envolvimento emocional, entende? Não me leve a mal. Você é uma garota muito atraente, mas eu simplesmente não estou a fim.
Perfeito, pensou ela. Só mais uma pergunta.
- A sua mulher está por perto?
- A minha mulher? Não.
Perfeito.
Ela levantou-se, caminhou até onde ele estava, sentou-se ao seu lado e pediu:
-Me passa óleo nas costas?
Luís fernando Veríssimo.
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